Voar!

É quando o coração chora por dentro e a alma tenta enxugar e encurtar algumas dores, mas tudo inunda e aperta; e explode; e transborda. Essa dor que transborda e que bagunça tudo por dentro, que te faz regular as coisas para começar a reconstruir e a repensar. E refazer em outros passeios, em outros sonhos, com outras medidas? É um saco, essa agonia que chega sem bater quando a ficha cai. Quando o telefone para de tocar e até as cartas param de conversar.
 Sabe, eu nunca gostei de tantas pessoas, simpatizo com poucas, pouquíssimas. Essas são as pessoas que verdadeiramente me fazem falta, que fazem a diferança. Por aí, tem muita gente formada em agulhadas, pós-graduada em farpas, formada e reformada em piadinhas de terceiro grau. Tem gente que gosta de pisar, de usar, de queimar, de acabar com a vida do outro. Tem quem goste de envenenar os dias bonitos e sacrificar qualquer relacionamento que anda bem. Não gosto disso, acho feio. Monstruoso. Minha mãe sempre disse: ''Não aceite falação da vida do outro, não ouça, nem cumprimente gente com mal caráter, ignore. O trabalho vai ser como um jogo. Vai ter os que adoram falação, os vilões, os gananciosos. Deixe passar, deixe ir embora, nem olhe. Jogue certo. Tenha amigos, mas cuidado com alguns. Não aceite tudo de boca fechada. Transpareça, transcreva, seja esperto.'' Sabe, eu sempre procurei seguir o que meu coração susurra. Sempre aproveito a chuva no final do dia. Amo bons ventos, bons drinks, boas pessoas. Consigo ler mais as pessoas do que eu mesmo, não sei bem o que é isso. Não gosto de julgar. Primeiro conheço, estudo, tento entender, vou lendo aos poucos, e vou dizer... tem gente que procria monstros em cada linha. E dessas, eu me afasto. Sempre entendi que todo dia é dia de voar, de deixar para trás o que não faz bem, de esquecer os estilhaços e limpar-se. De ignorar falações e toda aquela panelinha que pressiona seu jeito de ser na tentativa de mudar alguma coisa. De uma coisa eu sei, vale apena tentar voar mesmo depois de umas quedas.